O cúmulo da futilidade

Quando pensamos em futilidade veiculada pela imprensa brasileira, logo nos vêm à cabeça: reality show estilo BBB, mulher “algum alimento”, intimidade de artista, vestimentas de 1ª dama e por aí vai descendo. Bem, mas não é sobre estas asneiras que vou falar.

O marco da história recente do Brasil é nada mais nada menos que o casamento entre o príncipe e a plebéia (hahaha, "plebéia" é ótima) na Inglaterra. A mídia brasileira parou. O Brasil parou. Só se fala neste acontecimento. Parece que no Brasil não acontece mais nada. Não temos nada de importante mesmo, ainda somos a colônia.

Fico impressionado com tamanho destaque dado a este casamento. Os apresentadores falam as manchetes do noticiário com uma entonação normal, mas ao chegar à última (e mais importante), abrem-se largos sorrisos para anunciar alguma coisa a respeito do casório “real da realeza”.

Chega a ser ridículo o que se veicula sobre os noivos (su)reais. O vestido de Kate, o anel de William, quanta merda. A mídia tenta colocar isto como algo que faz parte de nossa vida. Já vi uma matéria dizendo “veja as chance de você ser uma princesa”, listando os príncipes solteiros pelo mundo – isso deve ter sido no MSN ou Yahoo, é a cara destes lixos.

Mas isso não é à toa. Isso faz parte da valorização do fútil. Da alienação promovida pela grande mídia. Fazer com que as pessoas pensem cada vez menos. Parece até clichê falar disso, de tão repetitivo que é. Mas o que não consigo é ficar indiferente como se nada estivesse acontecendo. Indignar-me é o mínimo que posso ficar, e assim estou. Que saco! Aliás, será que vai ter transmissão ao vivo em HD? Estou preocupado com isso!

Nicholas Moreno